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O profissional do Silício quer cultura

Zero Hora (ZH) do último domingo trouxe uma reportagem especial sobre o que falta para que o Rio Grande do Sul forme o seu Vale do Silício. A reportagem diz que para os gaúchos entrarem no mundo da alta tecnologia é preciso que o Governo, o Empresariado e a Universidade possuam maior integração. Mas, nesses três aspectos, o que mais me chamou a atenção foram os pontos que devem ser trabalhados para que o estado atraia pessoas criativas que, segundo a ZH, é o perfil do profissional necessário para essa indústria.

Além de bons indicadores de segurança e educação, o local deve ter cultura em abundância. Acesso a cinema, teatro, música, restaurantes, casas noturnas é importante para atrair pessoas criativas – primordial na nova indústria. (ZH, 06mar08, p. 31)

Muito se discute na blogosfera sobre o perfil do futuro profissional de comunicação e de como irão se desencadear profissões como a de jornalismo. Deixando a discussão de lado, até por uma certa exaustão do tema, vejo nessa reportagem a necessidade que os atuais acadêmicos têm em se diferenciar cada vez mais. Lembro do quanto alguns professores da graduação já buscavam novidades para que tomássemos conhecimento das últimas tecnologias e de quanto deveríamos ser criativos.

A ZH levanta a questão de que para atrair tais profissionais são necessários aspectos um tanto “pós-modernos”, como cinemas, restaurantes e casas noturnas. Isso porque os profissionais do futuro estão cada vez mais descolados e necessitam consumir cultura. A questão é bem interessante, pois traz a tona o velho aspecto da educação, porém não mais a simples disponibilidade de escolas e universidades, mas sim temas voltados diretamente a cultura e à sua manutenção na sociedade.

Acho que ainda levará um bom tempo para que toda essa infra-estrutura cultural necessária se estabeleça por aqui, pois é necessário mais que cinemas e restaurantes em abundância. Vejo o Rio Grande do Sul como um dos estados mais ricos em cultura do Brasil, mas é preciso que o gaúcho se conscientize que precisa melhorar ainda mais seu modo de ver o mundo se deseja acompanhar os povos mais avançados. Deve-se deixar de lado o egocentrismo de que possuímos cultura enquanto é de alcance, ainda, de uma pequena “elite cultural”. É preciso olharmos para o nosso próprio povo para que possamos desenvolver o nosso estado culturalmente à mediada de não precisarmos nos preocuparmos em atrair profissionais criativos, pois aqui o teremos.

  • Amanhã, iniciam as aulas do mestrado da UFRGS. A primeira disciplina que terei aula é “Comunicação Interação Mediada por Computador” e, coincidentemente, a minha primeira aula será também com o meu orientador. Agora, com os debates que certamente ocorreram em sala de aula, espero poder discutir aqui mais sobre a Cibercultura.

Usando a Web com moderação na universidade e no estágio

A TV surgiu há pouco mais de 50 anos e lembro de alguns professores comentarem, durante a graduação, que o aparelho chegou a ser visto como uma solução para o analfabetismo no Brasil. A referência é feita porque há diversas possibilidades que estão sendo vistas na Internet, crenças de socializar a informação, estimular o senso critico, entre tantas outras formas de manifestações. No entanto, acredito que deve ser feita uma reflexão quanto ao seu uso pela sociedade e, principalmente, pelos universitários.

Mesmo que a TV tenha sucesso em alguns programas e canais que lidam com ensino, ela está longe das expectativas de resolver o problema da educação no mundo. Percebo que isso foi, também, por interesses capitalistas de estímulo ao consumo. Os canais de TV perceberam um caminho rentável na indústria do entretenimento. Por isso vemos tantos programas de diversão como as novelas, os reality shows, jogos, entre outros que não somam como poderiam contribuir programas culturais. Não que o entretenimento deva ser extinto da Web, mas a verdade é que, assim como a vida não é só trabalho, ela não é só diversão.

A Internet também pode estar tendo um mal uso pelos jovens muito exclusivo ao divertimento. Então, todas essas possibilidades de desenvolvimento cultural, do senso crítico e social, podem estar tomando o mesmo caminho da TV e acabar por não passar de mais um mídia de distração.

Obviamente que essa comparação parece um tanto absurda, pois eu mesmo escrevo aqui nesse blog de tantas possibilidades que já podem ser vistas no uso da Internet em prol da sociedade. Parece até um paradoxo, mas o fato é que também há um grande número de jovens que pouco se interessam por esse desenvolvimento e passam horas nos programas de chat e em sites de relacionamento como o Orkut deixando todo o resto de lado.

A questão me preocupa porque vejo e ouço muito falar de alunos, nas faculdades, e estagiários, em veículos de comunicação, tentando burlar os sistemas de supervisão de conteúdo para acessar sites de relacionamento e programas de chat, durante períodos que não deveriam ser destinados à diversão e  sim ao trabalho ou estudo.

Na verdade, penso que tais supervisores de conteúdo nem deveriam ser necessários, pois os alunos e estagiários ideais estariam preocupados, ressalto – no momento de trabalho ou estudo – com seu desenvolvimento profissional ou acadêmico.

Acho que deve haver um equilíbrio e que podemos aproveitar as possibilidades da Web para todos os fins, tanto diversão como, principalmente, desenvolvimento humano.

Então, seguindo a linha do nome da comunidade do Orkut “Saia do Orkut e vá ler um livro”, da campanha feita pela MTV “Desligue a TV e vá ler um livro” e, ainda, de uma postagem de André Deak, repito a mesma frase citada por ele de uma campanha de Roberto Taddei:

TROQUE SEU ORKUT POR UM BLOG

Os alunos, em especial os de Comunicação, poderiam aproveitar mais o seu tempo na universidade para aprimorarem seus textos, discutirem temas relevantes com outros acadêmicos de universidades distantes ou da sua própria escola. Os estagiários deveriam aproveitar o seu tempo no estágio para tomar conhecimento do maior número de tarefas possíveis, criarem uma rede de contatos [profissionais e não festivos].

Enfim, acho que deve ser feita uma reflexão em todos os níveis, pois também vejo profissionais experientes cometendo os mesmos erros. A Internet pode ser um caminho construtivo, mas não deixe a sua carreira ser prejudicada por ela.

  • vale ler também essa postagem da Gabi e ver as dicas que ela dá, brilhantemente, para futuros profissionais que estão prestes a se formar.
  • outra dica é ler – os dez erros imperdoáveis cometidos num estágio de uma notícia do Universia


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