Estamos na era dos apps? Plataformas fechadas ameaçam o conceito de participação da Web 2.0

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Berners-Lee criou web em 90

Recentemente, em artigo publicado na Scientific American, o criador da web Tim Berners-Lee defendeu as plataformas abertas e criticou a loja do iTunes e o Facebook por fragmentarem e centralizarem o conteúdo na Internet. Estará a web com seu conteúdo aberto na rede ameaçada por plataformas controladas em ambientes fechados como a Apps Store da Apple ou estará o pai da web cuidando do seu filho mais velho?

A partir do momento em que os conteúdos são distribuídos a partir de apps instaladas em dispositivos como iPhone, iPad e iPod, a Apple tem controle sobre as ferramentas de distribuição. Bem sabem os internautas que utilizam esses dispositivos móveis que utilizar aplicativos é a maneira mais usual para acessar informações na rede.

Visite a Aplle Apps StoreO problema é que muitos deles devem ser comprados e, mesmo aqueles gratuitos, exigem que o internauta possua uma conta na iTunes com um cartão de crédito válido. Ainda que haja maneiras de se criar contas sem o cartão com endereços falsos, essas são práticas que desrespeitam os termos de uso da Apple e que o internauta com conhecimento menos avançado não deve utilizar. Mesmo com a conta criada, ainda estão sujeitos à loja da Apple para adquirir os apps e aqui está o problema.

A informação distribuída está sobre controle de uma plataforma fechada, já que os apps devem seguir padrões da Apple para publicação na loja de aplicativos. Tenho estudado a construção de apps para os dispositivos da Apple e um dos primeiros pré-requisitos que me deparei foi a criação de uma conta no iOS Developer Program. Parece fácil, não? O problema é que a inscrição no programa custa 99 dólares… POR ANO. Fora isto, o conhecimento técnico dos protocolos de programação são bem avançados.

Como a migração para os dispositivos móveis que utilizam desses apps cresce visivelmente, os detentores do conhecimento para construção de aplicativos receberão um espaço privilegiado para a distribuição de conteúdo. Com isso, retornaríamos ao tempo da Web 1.0, quando a publicação e a distribuição do conteúdo estavam sujeitas ao conhecimento do script HTML.

Observem as apps existentes até o momento para a distribuição de conteúdo informativo e jornalístico para o iPad, lançado tardiamente hoje no Brasil, e notarão que apenas as grandes instituições jornalísticas possuem apps para este dispositivo.

Além de sujeitos às políticas de publicação de apps da Apple, apenas quem domina os meios e possui recursos para investir podem publicar aplicativos para a distribuição de informação nestes dispositivos. Isto realmente acontecerá?

A minha preocupação com essa geração de apps é associada com estes questionamentos e também por ter iniciado os testes com o novo navegador que integra as redes sociais, RockMelt, e observar que surge o espaço para apps também nos navegadores. A tendência do uso de apps também pode ser observada no Facebook, outra plataforma fechada que possui sua base de dados restrita à empresa. Aliás, o Facebook parece ser o maior parceio do RockMelt, visto que as funcionalidades das apps já disponíveis são realmente inovadoras para este site de rede social. Claro que não fica claro qual será a tendência desses espaços, por enquanto surgem apenas para a inclusão de feeds, mas fica clara a interface voltada para apps e para o Facebook.

Não quero afirmar como Berners-Lee que as plataformas abertas da web correm risco e que a democratização das ferramentas de produção e de distribuição como apontada por Anderson em seu livro A Cauda Longa está com os dias contados. Agora, certamente é tempo de se repensar o poder dado às grandes organizações como Facebook e Apple ao deixar-se que controlem os dados compartilhados pelos internautas.

Se o conteúdo distribuído na rede ficar sujeito aos apps controlados por poucas organizações, teríamos um retrocesso no que toca os conceitos da Web 2.0 como a participação na construção do que é publicado. Estaríamos retornando aos tempos em que precisamos baixar e instalar apps softwares em nossos dispositivos? A web como plataforma está em risco com essas novas práticas de navegação na Internet?

As respostas a todas essas perguntas só poderão ser dadas com o tempo, mas particularmente penso que dificilmente voltaremos a tempos em que poucos tinham a possibilidade de difundir informação. Por outro lado, mais uma vez presenciamos uma mudança de paradigma na rede que pode ditar a forma como consumimos e compartilhamos conteúdo na Internet.

Flash Mob Publicitário

A Brastemp criou de forma genial o que passo a denominar como Flash Mob Publicitário. Ao gerar uma rede de sorrisos no caótico trânsito da cidade de São Paulo, a empresa uniu 11 estações de rádio para divulgar sua marca. A campanha fez tanto sucesso que virou Trending Topic no Twitter nesta sexta-feira. Achei ótima a estratégia da mídia que literalmente tirou de um problema uma grande oportunidade. Assista ao vídeo e dê um sorriso também para esta ótima ação de marketing.

Blog Dossiê Alex Primo

A partir de hoje, passo a colaborar no blog do meu orientador do doutorado Alex Primo. Com uma postagem por semana, analisarei os temas que movimentam as conversas na rede. Essa é uma das atividades que me comprometi para este ano, assim como retomar também as postagens aqui em meu blog com maior frequência.

O endereço do blog que passo a colaborar é http://alexprimo.com e espero vocês por lá.

Defesa de dissertação de mestrado sobre conversações online nos comentários de blogs

Na próxima sexta-feira (05/03) às 9h no PPGCOM da UFRGS defendo a minha dissertação de mestrado. O trabalho leva o título “INTERAÇÕES DIALÓGICAS NOS COMENTÁRIOS DE BLOGS: conversações online nos blogs Melhores do Mundo, Interney e Pensar Enlouquece” e foi orientado pelo Prof. Dr. Alex Primo.

A banca examinadora é composta pelos professores:

Desde já, antecipo agradecimentos a todas as pessoas que me ajudaram nessa pesquisa. Após feitas as modificações indicadas pela banca, o trabalho será disponibilizado na íntegra para acesso online.

X Seminário Internacional da Comunicação com presença de Michel Maffesoli e Muniz Sodré

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Inscrições vão até dia 29 de outubro

Ao longo da próxima semana, ocorre na PUCRS a décima edição do Seminário Internacional da Comunicação em Porto Alegre. O evento contará com a participação de renomados palestrantes que escrevem sobre o tema no Brasil e no mundo, como  André Lemos (UFBA), Federico Casalegno (MIT/EUA), Jean-Martin Rabot (Universidade do Minho) , Michel Maffesoli (Sorbonne Paris V), Muniz Sodré (UFRJ), Patrick Tacussel (Montpellier III), entre outros.

Os participantes do evento podem assistir ainda os 10 Grupos de Trabalhos (GTs), onde pesquisadores apresentam os resultados de suas pesquisas. A oportunidade é importante para a troca de experiência em métodos, tomar-se conhecimento de textos e de autores e para conhecer-se os temas de pesquisa que estão em pauta na área da Comunicação. Nos GTs, vários doutorandos e mestrandos do PPGCOM da UFRGS apresentam seus trabalhos.

inscrição para o evento pode ser efetuada até quinta-feira (29/10) ao custo de R$ 70 para estudantes e R$ 90 para o público em geral. Para professores e alunos da PUCRS o investimento é de R$ 50.

A programação dos GTs foi divulgada ontem com os dias das apresentações, bem como confirmada a programação das palestras do evento.

Para os que não puderem vir a Porto Alegre para participar do evento, já é comum a cobertura colaborativa de eventos da Comunicação através de mídias sociais como o Twitter, onde são feitos comentários e disponibilizado streaming de áudio e vídeo. Aqueles que já estão no Google Wave, podem procurar pela Wave Cibercultura, que certamente encontrará comentários e discussões das palestras e das apresentações nos GTs.

Os alunos da graduação em comunicação da Famecos da PUCRS também costumam fazer ótimas coberturas online dos eventos da universidade através do espaço Cyberfam.

Convite para qualificação de projeto de dissertação sobre conversações online

Imagem6No mestrado pesquiso a experiência conversacional dos interagentes nos comentários dos blogs e na próxima sexta-feira (25/09), às 9h30min, no PPGCOM da UFRGS, presto a qualificação do meu projeto de dissertação “CONVERSAÇÕES ONLINE: as interações dialógicas nos comentários de blogs“.

A qualificação é aberta ao público e a banca examinadora é composta pelos professores:

Pesquisa dos perfis @marcelotas e @interney no twitter

A #intercom2009 foi bem produtiva. Foi a melhor edição que já participei desde 2003. No #gpciber, apresentei o artigo sobre a Representação dos Profissionais de Comunicação no twitter junto à @erikaoikawa. Analisamos os perfis de @marcelotas e @interney no Twitter

Publico abaixo o nosso keynote e o link para o artigo completo:

Paper completo: CONSONI, Gilberto. OIKAWA, Erika. A representação dos profissionais de comunicação no Twitter- Análise dos perfis de Marcelo Tas e Edney Souza. Curitiba, Intercom 2009

Quem desejar receber o arquivo do keynote com as pausas para melhor visualização é só pedir por e-mail (gilberto@consoni.com.br) que eu envio 😉

A representação dos profissionais de comunicação no Twitter: Análise dos perfis de Marcelo Tas e Edney Souza

O serviço de micropostagens Twitter recebe apropriações das mais variadas pelos internautas. No próximo domingo, apresentarei junto à Erika Oikawa, no congresso da Intercom 2009 em Curitiba, os resultados da nossa pesquisa que se ocupou da representação dos profissionais de comunicação neste ambiente.

Os nossos objetivos na pesquisa foram analisar a apropriação que os profissionais de comunicação fazem do serviço de micropostagem Twitter para representar o seu perfil nas redes sociais online e verificar quais os valores são construídos a partir dessas representações.

Centramos nossas análises no perfil de um profissional da mídia de massa e de um profissional micromidiático digital, representados, respectivamente, pelo apresentador Marcelo Tas, do Programa CQC da Band, e por Edney Souza, blogueiro profissional de renome no Brasil.

A escolha dos dois perfis levou em conta o estudo de Primo (2009) sobre a existência de celebridades da e na blogosfera, que aponta o blogueiro Edney Souza como um ator social de renome na blogosfera, destacando-se frente aos seus pares, mas não como uma celebridade. Por outro lado, o jornalista Marcelo Tas, apresentador do programa CQC da rede Bandeirantes, de abrangência nacional e de massa, é considerado uma verdadeira celebridade na blogosfera.

Neste mesmo contexto, partimos da hipótese de que o perfil de Edney Souza no Twitter é do nível micromidiático, enquanto apontamos Marcelo Tas como um jornalista da mídia de massa TV, que mantém uma conta no Twitter. Visto isso, a nossa hipótese foi também de que o apresentador utiliza o Twitter para se  aproximar de sua audiência, o que, consequentemente, “realimenta a sua própria indústria cultural” (Primo, 2009). Desse modo, optamos por dois modelos de profissionais para esta pesquisa, um do modelo de massa e outro do modelo que surge com as mídias sociais da web.

A escolha dos perfis também se deu pelo conceito de encadeamento midiático de Primo (2008), em que aponta o blog de Edney Souza como micromídia digital, conceito desenvolvido pelo autor, baseando-se na tipologia de Thornton que abrange a  mídia de massa, de nicho e a micromidiática.

Através de uma Análise de Conteúdo de dois mil tweets (postagens), fizemos uma tabulação cruzada quantitativamente do conteúdo das mensagens, dos retweets (RT) e dos tipos de links encontrados para obtermos resultados qualitativos dos dados.

Foram utilizadas cinco variáveis: uso do Twitter, conteúdo da mensagem, tipo de link, caminho do  link e retweet. Quanto ao uso do Twitter, as postagens foram classificadas em quatro categorias: falas  diárias, conversação, compartilhamento e notícias (baseamo-nos no artigo de Java et al, 2007). A variável conteúdo da mensagem foi classificada em: profissional e não-profissional. Foram categorizados três tipos de link: link interno, quando se destinava ao endereço (URL) pessoal ou da empresa do internauta; link vizinho, quando se destinava para algum URL de um colega profissional ou cliente do twitteiro; e, link externo, quando era para endereço fora do ambiente do twitteiro. Quanto ao caminho do link, os mesmos foram categorizados em: mídia social, quando apontava algum tipo de mídia de rede social; site, quando se direcionava a portais ou sites empresas/instituições; e, outros, no caso de apontar para a descarga de um arquivo ou documentos online. Por fim, quanto ao retweet, foram identificadas as postagens que eram ou não retweets.

Após a coleta e categorização, os dados foram analisados com auxílio do programa estatístico SPSS, pelo qual obtivemos os resultados entre todas as variáveis de forma individual e tabulação cruzada. Adiantamos aqui o resultado de uma das tabulações feitas.

Tabulação Cruzada Uso do Twitter * Conteúdo da Mensagem (% válido)

Tabulação Cruzada Uso do Twitter * Conteúdo da Mensagem (% válido)

Apresentaremos as outras tabulações e a análise dos resultados no domingo em nossa apresentação. Após, publicaremos aqui o link para os que se interessarem pelo artigo completo.

Para quem desejar nos assistir, será um prazer receber críticas e sugestões à nossa pesquisa, visto que ainda temos dados que não foram publicados neste momento que serão utilizados para artigos futuros.

  • GP CIBERCULTURA
  • DT5 – Painel Interações no Twitter
  • Dia 6/9 das 09h00 às 12h00 – Bloco Azul – sala 215
  • Trabalho: A representação dos profissionais de comunicação no Twitter: Análise dos perfis de Marcelo Tas e Edney Souza
  • Autores: Gilberto Balbela Consoni (UFRGS), Erika Oikawa (UFRGS)
  • Confira a programação completa no blog do Grupo de Pesquisa

UFRGS publica cartilha de como fazer rádio comunitária com licença Creative Commons

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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), através da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação (PPGCOM), está publicando a cartilha “Para fazer RÁDIO COMUNITÁRIA com “C” maiúsculo.

A obra é organizada por Ilza Girardi, professora do PPGCOM, e Rodrigo Jacobus, mestrando do programa, e dá sequência a um trabalho de seis anos que já havia publicado a “Cartilha (sem frescura) da Rádio Comunitária”.

A cartilha, que traz um histórico das rádios comunitárias, questões da legislação e fornece informações de como montar uma rádio, está sobre licença Creative Commons e pode ser distribuída gratuitamente sobre a mesma licença, que pode ser conferida na página 4 da obra.

Baixe seu exemplar e redistribua a cartilha, reforçando a importância de obras compartilhadas sem custo, priorizando o acesso livre à informação.

Para fazer RÁDIO COMUNITÁRIA com “C” maiúsculo

CNN também adota mídia social You Tube para o seu 5º Concurso Universitário de Jornalismo

As mídias sociais presentes na web recebem cada vez mais a atenção dos veículos e profissionais de comunicação. Assim como o famoso festival de Cannes que está promovendo o concurso You Tube Cannes Young Lions, a CNN também utilizará o You Tube para seu concurso universitário de jornalismo em 2009.

O tema do  5º Concurso Universitário de Jornalismo da CNN parece mostrar o interesse do veículo na formação de jornalistas que compreendam a aproximação da tecnologia com a sociedade. Com o tema “O uso da tecnologia no desenvolvimento social“, os estudantes de jornalismo devem produzir um vídeo de até 2 min e enviá-lo via You Tube. O estudante pode inscrever quantos vídeos desejar.

Diferente do Cannes Young Lions, o critério que definirá o vencedor não será a propagação viral do vídeo, mas a sua qualidade. A comissão julgadora, composta pelos jornalistas Heródoto Barbeiro (apresentador Roda Viva), Lúcia Araújo (gerente Canal Futura) e Marcelo Tas (CQC), seguirá os seguintes critérios: 1) adequação ao tema proposto e aos objetivos do briefing; 2) conceito; 3) passagem; 4) off; 5) sonora; 6) criativiade; e, 7) originalidade.

As inscrições do concurso vão até 29 de junho e o vencedor conhecerá os estúdios da CNN em Atlanta nos EUA. O concurso mantém um blog onde podem ser assistidas entrevistas com os jurados das comissões julgadora e de triagem.

Adotando o próprio You Tube como meio para o concurso, a CNN está veiculando essas entrevistas e o próprio comercial de divulgação do concurso na mídia social You Tube.


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